4º ASPECTO DO PPA - QUALIDADE
DE VIDA
O brasileiro está vivendo mais. De 1960 até
2012 houve um salto de 20 anos na expectativa no Brasil, que era de 54 anos e
passou para 74. (*dados do banco mundial).
Quem tivesse 60 anos era considerado idoso,
pessoa de sorte que havia superado a expectativa de vida média da população.
Hoje as pessoas de sessenta anos sentem-se
jovens e completamente capazes de iniciar uma nova carreira.
Há um vídeo na internet da famosa atriz e
ativista social Jane Fonda em que ela pergunta o que faremos com a “outra vida”
que ganhamos.
Ela propõe o seguinte raciocínio: se vamos
viver vinte anos a mais, carregando conosco toda a experiência acumulada ao
longo dos cinquenta anos vividos antes, certamente temos condições de fazer
coisas incríveis.
Você duvida? Então ouça esta: há alguns anos
atendi uma executiva que pretendia aposentar-se mais cedo porque queria cursar
medicina. Ela realmente deixou a empresa e não nos vimos mais.
Outro dia ela postou no Facebook que um neto de
6 anos a acompanhou na aula de Histologia e achou incrível o fato de termos
duas bombas dentro do coração.
Viver
mais é fantástico, todo mundo quer. O que ninguém quer é viver mal.
Não será uma vantagem viver muitos anos se eles
trouxerem sofrimento.
Por isto é importante refletir no seu PPA sobre
o seguinte: a qualidade de vida na velhice está diretamente ligada a três
fatores: renda, saúde e assistência.
Renda é
assunto para o aspecto financeiro. A saúde e a assistência serão discutidos
neste aspecto do seu PPA.
O
sedentário que trabalha o dia todo sentado, pode entender que a happy hour –
ainda sentado - seja o máximo da qualidade de vida. Pode não ser muito saudável
mas é isto que ele deseja fazer no momento.
Como
cada um é dono de sua vida, a qualidade de vida é algo subjetivo que o PPA deve
abordar de forma objetiva.
A razão
é simples: o modo como nos comportamos hoje está moldando (já e agora) a
qualidade de vida que teremos no futuro.
Nós
obrigamos as crianças a irem pra escola porque sabemos que a leitura e a
escrita vão contribuir decisivamente para a independência delas no futuro.
Do mesmo modo, aqueles que prejudicam o seu
corpo no presente vão receber a conta na velhice.
Sabendo
que algumas doenças estão diretamente relacionadas aos hábitos que foram
cultivados ao longo de décadas como o cigarro, o sedentarismo e o álcool em
excesso, talvez o preparo para a aposentadoria seja um momento para refletir a
mudança destes hábitos.
Ainda
sobre saúde, o programa pode refletir sobre a necessidade de fazer um check-up
anual usando as facilidades do plano de saúde oferecido como um benefício pela
empresa.
Quanto à
assistência na velhice, as relações familiares são decisivas.
Construir relações saudáveis e aprofundadas com
o cônjuge, filhos e netos é muito importante.
As chamadas relações intergeracionais serão
sempre uma via de mão dupla em que os mais jovens absorvem saber e experiências
retribuindo com carinho e atenção aos mais velhos.
Em algumas regiões as migrações em busca de
trabalho reduzem a população de adultos e crianças.
Isto afeta o perfil dos cuidados recebidos. Uma
pesquisa brasileira revelou que é comum o homem idoso ser cuidado pela esposa,
enquanto a mulher idosa é cuidada pelas amigas. As mulheres além de cuidarem
mais de sua própria saúde ao longo da vida, também cuidam da saúde do marido
que não deu importância ao tema.
Gosto ainda da abordagem da escritora Miriam
Goldenberg que propõe a “bela velhice” com atitudes que eu resumi da seguinte
maneira: cuidar da saúde, do bolso, ter amigos, dar risada e aprender a dizer
não.
Isto faz
sentido pra você? É provável que também faça para os participantes do seu PPA.
E por último, o mais importante: um projeto de vida.
Para criar um projeto de vida abrangente, dando atenção às várias áreas que compõem o ser, eu recomendo a ferramenta Roda da Vida, criada pelo meu amigo Armelino Girardi, ele mesmo um profissional de RH aposentado e agora, um consultor em PPA.
Renda, saúde, assistência e projeto de vida são
as reflexões que o aspecto de qualidade de vida do seu PPA devem propor aos
participantes.
Prof. Samuel Marques
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