quarta-feira, 30 de março de 2016

Carta Aberta para a República de Curitiba

Outro dia um nobre amigo curitibano perguntou qual é a minha opinião sobre os acontecimentos envolvendo a República de Curitiba e a luta da Justiça Federal contra a corrupção no Brasil. 

Esta carta é a minha resposta.

Prezado JD:

Em primeiro lugar eu temo pela vida do Juiz Sérgio Moro. Na Itália o juiz da operação Mãos Limpas foi morto e na Argentina, o promotor que investigava a presidente Kirchner foi "suicidado" não faz muito tempo.

Não podemos polarizar a discussão em dois extremos como se tivéssemos a narração de uma luta de boxe:

De um lado a instituição do bem (Justiça Federal) com sua 
Liga da Justiça (Força Tarefa Lava Jato) e seu  
herói solitário (Sérgio Moro) 

Do outro lado temos a instituição do mal (PT) com uma 
liga do mal (corruptos e corruptores presos) e um 
Ali-Babá ainda solto pelas ruas (Lula).

Não é isto que vejo. Se a República de Curitiba conseguir a prisão de Lula, se o movimento das ruas desaguar no impeachment da presidente Dilma (me recuso a escrever presidenta, ela que me desculpe) isto não vai melhorar os níveis de corrupção no país, nem melhorar a classe política incorrigível que temos alimentado com um comportamento apolítico generalizado.

Eu participei ativamente do impeachment de Collor e tive o dissabor de estar em Brasília 18 anos depois quando ele tomava posse como Senador ao lado do principal líder estudantil da época do impeachment: o ilustre Lindberg Farias.

Hoje os dois nobres senadores estão sendo investigados no mesmo inquérito da Polícia Federal. Parece que o homem mal cooptou o homem bom neste caso. Talvez em vários outros que eu não tenha conhecimento.

Sou contra o impeachment porque existe cinco mil políticos corruptos, sujos, corruptores, gente da pior espécie, aguardando para ocupar o lugar da presidente Dilma. A linha sucessória já mostra: investigados, condenados, ladrões, criminosos da pior espécie. Vamos trocar o sujo pelo mal lavado.

No Congresso Nacional 300 nomes estão na folha de pagamento da Odebrecht. Quantos estão na folha de pagamento das outras grandes construtoras e dos maiores bancos deste país? Não sobra ninguém. Há suspeitas até mesmo sobre a alma mais pura do Brasil, o ex-presidente Lula. Se ele tem culpa no cartório, quem ficará de fora então?

Depois de meditar muito sobre a resposta que eu poderia lhe dar sobre a República de Curitiba, eu quero lhe passar duas dicas práticas. Algo realmente revolucionário que o cidadão comum como eu e você pode fazer em favor do combate à corrupção neste país.

A primeira é extremamente simples. 
A segunda é vai dar um pouco mais de trabalho.
Precisaremos ser fortes para colocar em prática.

Mas se você tiver a ousadia de implementar minhas duas sugestões, a República de Curitiba será realmente uma referência neste país e confirmará sua vocação de pioneirismo no combate à pandemia de corrupção no Brasil.


Vamos logo à primeira dica: 

Assine agora a lista em favor da 10 medidas contra a corrupção 



Esta campanha foi idealizada pelos homens e mulheres que cuidam da Operação Lava-Jato e vão endurecer as regras jurídicas contra os corruptos. É rápido e indolor.

Acesse este link, imprima o formulário, preencha com seus dados e depois leve até um dos muitos endereços que estão recolhendo as assinaturas.

Pare agora a leitura desta carta e preencha o seu formulário clicando neste link.



Já imprimiu? Assinou?



Ok, parabéns.



Vamos agora para a segunda dica: 

Crie um projeto de lei municipal que retire todos 

os privilégios dos políticos de Curitiba



Compreenda que a República de Curitiba é uma realidade muito maior do que você imagina. As pessoas usam este termo como se fosse uma brincadeira mas Curitiba é um membro autônomo da Federação Brasileira. 

Nos Estados Unidos, cada estado tem a liberdade de criar sua própria legislação. Por isto existem estados que condenam à morte e outros não. Eu estive no estado norte-americano de Idaho e lá o sexo antes do 18 anos é crime. Se uma adolescente aparece grávida é caso de polícia. Ela vai pra delegacia e precisa apontar o cúmplice :)

Por que é assim? Porque cada estado faz as suas leis.
Eles tem independência para isto diante de uma constituição sintética.

Mas no Brasil não é diferente. A Federação Brasileira tem mais de 5 mil entidades subnacionais autônomas. São elas: o Distrito Federal; os 26 Estados e os 5.561 municípios; incluindo aí o seu município: a República de Curitiba.

Todos estas entidades subnacionais, são dotadas de governo autônomo com um chefe do executivo (prefeito) e um parlamento (Câmara Municipal). Naquilo que não conflitar com os Estados e com a União, estas entidades podem criar suas próprias leis, arrecadar impostos, gerir o seu patrimônio com total independência.

A República de Curitiba é real, acredite!

E vocês podem revolucionar o país com a minha segunda dica: criem uma lei municipal de iniciativa popular que retire todos os privilégios dos políticos locais.

O Brasil vive um sistema de castas tão cruel quanto o da Índia. Nós temos apenas duas castas: a casta do povo e a casta dos políticos. Ao povo cabe a sina de trabalhar muito e pagar uma das maiores cargas tributárias do mundo. Não somos o país com os impostos mais altos, mas somos com certeza o país com a pior relação Custo x Benefício.  

Resumo da Casta do Povo: trabalhar e pagar impostos.

Mas existe uma maneira de ser promovido à casta superior. Este nível mais elevado na hierarquia social brasileira é a casta dos políticos. No exato momento em que assume um cargo político, este indivíduo atravessa o portal do paraíso. 

No dia da posse ele recebe o direito de contratar dezenas de assessores na modalidade de livre nomeação. Por livre nomeação leia-se: sem critério algum. Não precisa formação, experiência, caráter e até mesmo antecedentes! Qualquer um é bem vindo e se for cara de pau, capaz de pedir propina, então será contratado com honras.

Recebe também benefícios abusivos como carro oficial, motorista, auxílio moradia, verba para gráfica, correios, passagens aéreas, reembolso de diárias, segurança particular, frota de veículos constantemente renovada, placa especial nos veículos e até aposentadoria.

Nesta casta não é preciso trabalhar pelo povo, só para si mesmo. O poder executivo vende a alma para os apoiadores de campanha e o legislativo se lança no processo de criação de diversas leis em benefício próprio.

Precisamos entender de uma vez por todas que a reforma política que o Brasil precisa nunca sairá das mãos destes políticos. É como nomear o Fernandinho Beira Mar para o cargo de Ministro da Justiça. Ele nunca agirá em favor da sociedade. Sempre estará a serviço dos brothers do morro. 

Nossos vereadores roubam dez mil e sonham em ser deputados porque lá na Assembléia do Estado é possível roubar cem mil. Os deputados estaduais sonham em ser deputados federais porque lá no Congresso Nacional poderão roubar um milhão. Os deputados federais sonham com o senado, um ministério ou a Presidência porque lá é possível quebrar uma Petrobrás inteira e transferir o dinheiro para a Suíça.

Este é o atual processo de formação dos membros da nobre e superior Casta dos Políticos.

Eu pergunto a você: o síndico do seu prédio tem liberdade para contratar assessores, recebe auxílio moradia, tem carro do condomínio à disposição, verba para correios, cota de passagens aéreas e direito a aposentadoria como síndico?

Se você acha tudo isto absurdo, então porque oferecemos muito mais aos nossos nobres políticos? É insano. Completamente insano. Algo que precisamos corrigir com urgência. Junto com a miríade de benefícios, em algum ponto do processo eles entenderam que estava implícito o benefício de roubar a nação e criar leis que lhes ofereça foro privilegiado, embargos infringentes e prescrição penal.

Vamos nos inspirar nos políticos da Suécia. Eles vivem num país rico mas se recusam a explorar o poder público em benefício próprio. Bem diferente dos nossos políticos que, vivendo num país pobre, provocam crises políticas, econômicas e sociais com o objetivo de mandar mais dinheiro para suas contas na Suíça.

Mas eu acredito que a República de Curitiba pode iniciar o processo que vai acabar com esta lógica perversa fazendo uma lei municipal de iniciativa popular com apenas seis artigos. Eu fiz um rascunho aqui pra ver o que você acha:


Anteprojeto de Lei Municipal de Iniciativa Popular 
Tema: Reforma Política no Município

Artigo Primeiro
Da Remuneração dos Agentes Políticos
A partir d próximo mandato (1º de janeiro de 2017) o vice-prefeito e todos os vereadores do município de Curitiba receberão como salário o mesmo valor do salário base de um professor da rede pública municipal de ensino, limitadas a 12 remunerações por ano.

Parágrafo Primeiro: o prefeito receberá o dobro do salário base de um professor da rede pública municipal de ensino.

Parágrafo Segundo: Ficam extintas todas as outras contra-prestações pagas em dinheiro ou benefício aos Agentes Políticos eleitos, principalmente os listados a seguir:
I. carro oficial;
II. verba de gabinete;
III. passagens aéreas;
IV. verba de gráfica ou correios;
V. 13º salário, 14º salário ou qualquer outra prestação em dinheiro;
VI. Adicionais por comparecimento em sessões extras;
VII.  Auxílio moradia

Justificativa: vamos economizar com os políticos e investir mais em segurança, saúde, habitação e outras necessidades básicas do nosso povo. Além disto, se queremos uma pátria educadora talvez o caminho seja equiparar o salário dos políticos para que eles, movidos pelo legítimo interesse de ganhar mais, encontrem uma maneira de aumentar o salário dos professores.


Artigo Segundo
Da Obrigatoriedade do Uso dos Serviços Públicos
A partir do próximo mandato (1º de janeiro de 2017) os Agentes Políticos Eleitos na cidade de Curitiba deverão utilizar preferencialmente os serviços públicos ofertados pelo Município, Estado ou União, sendo-lhes obrigatório:

I. Matricular os filhos com idade escolar na rede pública de ensino;

II. Utilizar o transporte público ou alternativo pelo menos uma vez por semana;

III. Fazer check-up de saúde anual na rede pública de saúde;

Justificativa: todo brasileiro tem assegurado o sigilo fiscal. Entretanto quando se candidata a algum cargo político este direito precisa ser renunciado porque interessa à população acompanhar a evolução patrimonial dos agentes públicos. O político deve entregar à Justiça Eleitoral a sua declaração de bens que será divulgada para todo o Brasil. 
Da mesma maneira, interessa à população saber onde estudam os filhos do político, se ele usa os ônibus ou metrô que oferece à população, se ele pedala pela ciclovia que construiu, se ele se consulta com os médicos que contrata. A partir da candidatura ele deve saber que precisará usar os serviços que pretende administrar.


Artigo Terceiro
Da Extinção dos Cargos Comissionados 
Durante o primeiro mês de seu mandato (Janeiro de 2017) o prefeito de Curitiba fará publicar um Decreto extinguindo todos os cargos comissionados de livre nomeação existentes no poder Executivo Municipal, com exceção do primeiro escalão, a serem ocupados pelos secretários municipais.

Parágrafo único: Durante seu primeiro mês de mandato (Janeiro de 2017) o presidente da Câmara Municipal de Curitiba fará publicar um decreto legislativo extinguindo todos os cargos comissionados de livre nomeação existentes no poder Legislativo Municipal, com exceção de um assessor da presidência.

Justificativa: os servidores municipais de carreira são constantemente afrontados com a impossibilidade de atingirem os cargos máximos de suas repartições porque são cargos políticos e não de carreira. A nomeação destes "chefes" sem compromisso com o serviço público desmotiva o funcionalismo e muitas vezes são ocupados por pessoas sem a mínima qualificação. Servem apenas para comprar apoio político e facilitar a corrupção.
Restringindo estas nomeações apenas aos Secretários Municipais teremos a oportunidade de ver a nomeação de notáveis profissionais, gente capacitada a trazer novas ideias e melhorias para o serviço público, atuando de forma alinhada com o prefeito. Nos demais cargos, os servidores de carreira terão a oportunidade de ocupar o ponto máximo do organograma.

Nota Importante: a presidente Dilma poderia fazer um decreto destes a qualquer momento e eliminar uma despesa desnecessária, verdadeiro cabide de empregos no Governo Federal. O prefeito de Curitiba e o Presidente da Câmara também podem fazer isto, sem esperar que a lei seja aprovada. Você acha que eles vão fazer?

Artigo Quarto: 
Do Afastamento dos Cargos em Casos de Corrupção
A partir de 1º de Janeiro de 2017, será afastado imediatamente de suas funções o Agente Político Eleito no Município de Curitiba que tiver uma denúncia aceita pela Justiça Criminal, acusado de ter cometido qualquer crime contra o patrimônio público.

Parágrafo único: O Agente Político será reconduzido ao seu cargo no caso de ser julgado inocente da acusação ou, se for condenado, perderá definitivamente o cargo para o qual foi eleito.

Justificativa: é absurdo o número de políticos que continuam a cuidar do dinheiro público enquanto são réus em dezenas de processos por corrupção e desvio de dinheiro público. Se ele não foi capaz de provar à Polícia durante o inquérito que é um homem honesto, então que ele se afaste da política e  prove na Justiça que merece continuar no cargo.


Artigo Quinto:
Da Perda dos Bens Sem Origem Lícita
Ao condenar criminalmente o agente político por desvio de dinheiro público pertencente ao Município de Curitiba, o Juiz avaliará em sua sentença o valor do prejuízo causado ao erário, determinando o imediato confisco em favor da Fazenda Municipal, de todos os bens do condenado que não tenham origem lícita comprovada ou sejam incompatíveis com os seus rendimentos, .

Justificativa: Se o político enriqueceu com desvio de dinheiro público, é justo que o seu patrimônio ilicitamente aumentado seja utilizado para repor os cofres da Prefeitura. Os bens conquistados de forma honesta e compatíveis com a renda serão preservados.

Artigo Sexto:
Da Vigência e Revogação desta Lei
A presente lei entra em vigor na data de sua publicação e não será objeto de reforma ou revogação por iniciativa do Executivo ou Legislativo nos primeiros 20 anos de sua vigência.


O que você acha disto?
Espero que tenha gostado.

Aprovar uma lei destas não é muito difícil. Eu li na Lei Orgânica do Município de Curitiba que é preciso juntar as assinaturas de 5% do eleitorado para propor esta lei, veja o texto da lei:

Lei Orgânica do Município de Curitiba
Art. 55. A iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros poderá ser exercida por cinco por cento, pelo menos, do eleitorado.

O Tribunal Regional Eleitoral informa que em 2016 o eleitorado de Curitiba é de 1.271.165 eleitores; então precisamos juntar 63.559 assinaturas para levar o projeto até a Câmara Municipal e depois pressionar os vereadores a votarem a favor do projeto.

O projeto pode ser melhorado com a ajuda da OAB de Curitiba. O recolhimento das assinaturas pode ser auxiliado pela Associação Comercial, Sindicatos, Igrejas, Associações, Universidades, os conselhos de profissionais liberais como CRM, CREA, COREN, CRC, CRA; empresas e tantos outros possíveis apoiadores desta iniciativa contra os privilégios abusivos dos políticos.

Se não permitimos que o sindico do prédio ou o presidente de uma comissão de formatura contrate regalias para si mesmo com o nosso dinheiro, nem aceitamos que eles desviem o dinheiro arrecadado para benefício próprio, QUAL A RAZÃO PARA ACEITARMOS QUE OS POLÍTICOS FAÇAM ISTO?

Eu espero que a República de Curitiba lidere o país
num movimento histórico que vai realmente
reformar a política deste país. 


A briga nunca foi do Moro contra o Lula. ExisteM milhares de políticos do PSDB e dos demais partidos que também precisa conhecer a carceragem da Polícia Federal. A corrupção no Brasil é suprapartidária e racial. A raça dos políticos entende que tem o direito de nos roubar.

A verdadeira briga vai acontecer quando a casta do povo se revoltar contra a casta dos políticos. Precisamos vencer esta luta fazendo a lei que eles nunca farão. Reduzindo os privilégios que eles só sabem aumentar. Aproximando estes homens dos serviços que eles oferecem à população.

Vamos derrubar o sistema de castas a partir de Curitiba. Qualquer município pode fazer uma lei como esta e nas pequenas cidades o número de assinaturas é bem menor. Eu espero que em pouco tempo estejamos contabilizando o número de cidades que já tem uma lei semelhante aprovada e valendo.

É isto que eu queria lhe dizer sobre a República de Curitiba.

Desculpe se minha resposta foi meio longa.
Grande abraço do seu amigo,

Samuel

O cliente de 1 milhão de reais

por Samuel Marques. Ele cruzou a porta com passos largos, me cumprimentou com um firme aperto de mão e disparou: no dia em que eu me aposentar, quero ter um milhão na conta.

Uau! Não é sempre que encontramos pessoas determinadas e com um objetivo tão específico.

Na verdade, um dos maiores benefícios do trabalho de coaching é definir com clareza o que a pessoa quer. A maioria simplesmente não sabe o que deseja da vida, dos relacionamentos, do emprego e também da vida financeira.

Isto não é um defeito, mas quando vivemos sem um objetivo surgem duas possibilidades:
a) atingiremos bons resultados de forma inconsciente e por isto, não serão valorizados; ou
b) não atingiremos bons resultados e um belo dia, vamos perceber que a vida passou e não fizemos o que podia ser feito.

É claro que a segunda opção é a mais frequente e forte motivo de arrependimento na aposentadoria. É por isto que fiquei muito feliz quando este cliente já chegou com um objetivo em mente. Ele tinha um número. Era o cliente de um milhão de reais.

Sabendo o quê queria e quanto queria, nós só precisamos trabalhar o quando e o como. Ou seja, qual o prazo para acumular o milhão e quais os passos necessários para juntar o dinheiro dentro da expectativa.

Mas ao contrário dele, tenho conversado com muita gente que não tem a menor ideia de quanto dinheiro pretende acumular para a sua aposentadoria. A falta de uma meta impede a formação de poupança, atrapalha a boa gestão dos investimentos e vai gerar frustração no futuro.

Foi por isto que eu fiquei curioso ao ouvir um número específico para a aposentadoria, vinda do presidente da Black Rock, a maior gestora de ativos do mundo.

Robert Capito, esteve no Brasil para participar do Congresso Internacional do Mercado de Capitais, organizado pela BMF&Bovespa, e manifestou sua preocupação com o pequeno grupo de pessoas que já acumulou mais de 25 mil dólares para a aposentadoria.

Na opinião dele, aqueles que não fazem reservas tendem a continuar trabalhando e diminuem o número de postos de trabalho para os mais jovens. Também em função delas, os governos fazem movimentos regulatórios no tocante à aposentadoria que atingirão a todos nós, os que foram previdentes e os que não fizeram nada.

Percebe a dimensão do problema? Se não fizermos algo sobre a própria aposentadoria é certo que teremos problemas no futuro. Se tivermos problemas no futuro, o governo será chamado a agir. Se o governo agir, todos serão atingidos pelas medidas.

Isto é a mais pura realidade no Brasil de hoje. Por isto resolvi elaborar um desafio e espero que você aceite: acumular mais de 100 mil reais (25 mil dólares) para a sua aposentadoria.

Não é aquela poupança para trocar de carro ou comprar um apartamento novo. É o dinheiro guardado com visão de longo prazo, reservado para o momento em que você vai deixar de receber o seu salário como funcionário e contar apenas com o benefício do INSS.

Ao refletir sobre isto, você vai estabelecer o seu número.

Lembra do cliente de um milhão? Pois bem, três anos depois da primeira conversa, nós nos encontramos de novo. Com a objetividade de sempre ele me cumprimentou dizendo: Já tenho oitocentos!

A quantia que ele deseja é dez vezes maior do que o valor mínimo proposto pelo presidente da Black Rock. Mas eu não tenho dúvida de que ele vai bater a meta antes do prazo estabelecido. 

De volta ao meu desafio, proponho que você calcule quando será possível acumular os primeiros 100 mil reais para a sua aposentadoria. Você pode gostar da brincadeira e continuar em frente, na busca por quantias maiores.

O importante é ter um número e começar.
O primeiro número é 25 mil dólares.

Quando você vai dar o primeiro passo?

Grande abraço,

Artigo publicado originalmente no Portal Bolso e Futuro

Já pensou na sua herança?

Por Samuel Marques. Conheça 3 medidas simples para evitar problemas familiares e jurídicos no momento de lidar com a transmissão de bens entre gerações.

Outro dia estava lendo uma matéria sobre as dificuldades da família do grande arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, morto em 2012, e pra falar a verdade o texto me fez sorrir.

Foi divertido porque a cada parágrafo eu identificava uma das oito falhas bem comuns nos processos de sucessão familiar, conforme tenho alertado a todos que passam pelo coaching de preparo para aposentadoria.  

E por que eu digo que o preparo da aposentadoria é um bom momento de pensar em sucessão familiar? Porque geralmente as pessoas que estão próximas da aposentaria possuem dois processos de sucessão em andamento: o primeiro é o recebimento de bens vindos de seus pais ou sogros e o segundo processo de sucessão é sobre a transmissão dos próprios bens para os filhos/herdeiros.

Nesta sessão de coaching, minha primeira pergunta é sobre a experiência da pessoa com o tema “herança”. Muita gente tem péssimas lembranças de um inventário caro e demorado. Outros receberam bens de forma planejada, mas não estão planejando a passagem para a próxima geração. Por fim, existem aqueles que não tem qualquer experiência porque não receberam bens da geração anterior, mas agora tem muita coisa para transmitir aos herdeiros.

Depois de ouvir a experiência prévia da pessoa, costumo alertar para os erros mais comuns indicando 3 medidas simples, que qualquer pessoa pode adotar com rapidez, com o objetivo de facilitar a sucessão de bens.

Estas medidas podem ser aplicadas tanto na vida dos pais e sogros, quanto na sucessão de bens da própria pessoa (ou casal) que está se preparando para a aposentadoria. Vamos então à lista:


1) Manter conta conjunta
 Imagine a seguinte situação: o casal tem imóveis e mais de 700 mil reais em investimentos bancários. O marido envolveu-se num acidente de carro e menos de uma semana depois, deixou a esposa, filhos e netos.

Neste momento surgiu um novo problema para a viúva: a conta bancária tinha como titular apenas o marido. Depois de contratar um advogado e ficar sem dinheiro até para pagar as compras no supermercado, ela obteve a ordem judicial permitindo movimentar a tal conta no banco.

Esta é a primeira recomendação para os casais: mantenham algum dinheiro em conta conjunta. Compartilhar a titularidade é algo simples, que exige apenas os documentos pessoais e meia hora de conversa com o gerente.

Aos que não tem cônjuge, vale a possibilidade de ter conta conjunta com filho ou outro herdeiro.


2) Atualizar beneficiários de seguro e previdência
Vou contar mais uma história da vida real. O funcionário de uma grande metalúrgica em São Paulo mantinha um ótimo seguro de vida. Um belo dia ele faleceu e a esposa foi receber o seguro.

Acontece que ele estava no segundo casamento há mais de dez anos e não atualizou o nome do beneficiário que continuava sendo... adivinhe? Acertou! A primeira esposa.

É claro que a esposa atual ficou inconformada com a possibilidade de ceder espaço para a ex e é claro que a seguradora apresentou o documento assinado pelo segurado anos atrás indicando o nome da beneficiária do seguro.

Foi tudo pra justiça. E a ex ganhou.

Então, por razões óbvias, eu recomendo aos clientes que verifiquem a lista de beneficiários de seguros e também dos planos de previdência complementar.


3) Coloque a papelada em ordem
Muitas pessoas deixam de formalizar seus negócios.  Alguns querem se esconder do fisco, outros não desejam revelar uma aquisição para a família e assim vão deixando de passar uma escritura, redigir um contrato, definir uma situação. 

Num processo de inventário que atuei, o autor da herança era um fazendeiro que fazia muitos negócios no “fio do bigode”. O resultado foi que levamos vários anos transformando em contratos as negociações que ele fez na base da confiança.

Surgiu um espertinho que dizia ter recebido em empréstimo o imóvel que na verdade estava alugado, mas sem contrato. Outro alegou ter quitado um empréstimo que todos sabiam não estar nem na metade do pagamento. Uma casa tinha sido comprada cinco anos antes do falecimento dele, mas ainda estava sem escritura.

Não preciso comentar o desgaste dos herdeiros com a situação. A renda proveniente dos bens da herança caiu para menos de 20% do que era recebido pelo pai deles em vida, e só foi restaurada à metade quase dois anos depois.

A partir de experiências como estas, eu sempre recomendo aos clientes que coloquem a papelada em dia, tudo preto no branco gerando mais segurança nos negócios e menos custos na sucessão.

Como você percebeu, todas estas medidas são extremamente simples.

Elas demandam pouco esforço e vão gerar um resultado muito positivo pra você se forem aplicadas ao patrimônio de seus pais e sogros. De igual modo, trarão mais tranquilidade para seus filhos e herdeiros quando eles tiverem que assumir a titularidade dos seus bens.

Você já tinha pensado nisto?
Vamos lá, é hora de agir.

Grande abraço,

Artigo publicado originalmente no Portal Bolso e Futuro

Não aposte todas as fichas

Por Samuel Marques. Estou tentando entender porque uma pessoa organizada, que tem poupança há anos, de repente usa todo o seu dinheiro num único negócio e ainda fica devendo.

Sabe aquela pessoa financeiramente organizada e que sempre mantém um dinheiro aplicado no banco? Pois bem, minha dúvida é sobre o motivo que leva estas pessoas consideradas “certinhas” em termos financeiros, a usarem todo o dinheiro disponível quando decidem fazer um negócio.

Veja estes exemplos:
a) um homem tinha 700 mil reais. Decidiu comprar uma casa anunciada por 800 mil e pechinchou até o vendedor aceitar 750. Usou toda sua reserva e ainda ficou devendo;

b) uma mulher tinha 250 mil e decidiu abrir uma franquia. No ramo que ela pretendia atuar existem ofertas entre 15 e 300 mil. Depois de uma pesquisa, ela escolheu uma franquia que custa 250 mil, exatamente o valor que possuía;

c) um homem queria trocar seu carro de 30 mil e para isto contava com mais 20 mil guardados no banco. Visitou algumas concessionárias e comprou um carro de 80 mil. Entregou seu carro usado, toda a poupança e financiou a diferença.

Alguém pode me explicar o motivo que levou estas pessoas a adquirir um bem com valor acima do dinheiro disponível? Por que elas não optaram por um negócio que envolvesse apenas metade do seu dinheiro?

Estes exemplos são reais e todos tiveram problemas: o primeiro não reservou dinheiro para a escritura, a mulher que comprou a franquia precisou recorrer a uma linha de capital de giro logo no segundo mês de operação da sua loja e aquele que comprou o carro ficou com o orçamento apertado quando começou a pagar as prestações.

Não se trata de um erro matemático. Todos são capazes de fazer a conta e verificar que o negócio é maior do que orçamento. Mas alguma coisa os levou a decidir pelo caminho do stress e das dificuldades financeiras.

Cada um deles demonstrava controle emocional sobre o dinheiro no dia a dia, tinham orçamento familiar equilibrado e dinheiro guardado. Mas na hora de fazer um negócio, contrariaram toda a lógica que lhes permitiu guardar dinheiro e usaram mais do que o saldo permitia.

Perguntei o motivo e obtive as seguintes respostas:
a) Eu me empolguei. Queria fazer o melhor negócio possível com aquele dinheiro;
b) Imaginei que se eu usasse todo o meu dinheiro, estaria realmente comprometida. Como se fosse uma prova de que dei tudo de mim, fiz o meu melhor pra este negócio dar certo;
c) Acho que caí na lábia do vendedor. O carro é realmente muito bom, mas eu não devia ter comprado.

Tivemos longas conversas durante o processo de coaching, refletindo sobre os motivos que levaram estas pessoas a quebrar a mais básica de todas as regras financeiras: gastar menos do que ganha.

Ainda que os motivos ainda não estejam bem claros para mim (talvez Freud explique) já elaborei uma nova recomendação a todos os disciplinados e poupadores:

Não use todo o recurso de uma só vez.

Ou seja, evite apostar todas as suas fichas num único lance do jogo. Para uma pessoa que sempre manteve investimentos, pode ser bem angustiante ficar sem dinheiro e com o orçamento apertado, depois de uma nova aquisição.

O melhor é reservar parte do dinheiro com você para ter folga financeira e quitar sem stress as despesas acessórias do negócio: imposto, escritura, comissões, reforma, capital de giro, emplacamento e outros que sempre aparecem.

Isto faz sentido pra você?
Espero que sim.

Grande abraço,

Publicado originalmente no Portal Bolso e Futuro

Depoimento sobre o livro: Aposentadoria Sem Medo

Fiquei muito feliz ontem ao receber um e-mail vindo da querida Minas Gerais.

São mensagens como esta da Leidimar que me motivam a continuar escrevendo.

Ela é psicóloga, possui um MBA em Administração e atua há mais de 10 anos no mundo corporativo atraindo e selecionando talentos. Agora ela vai coordenar um projeto de preparo para a aposentadoria.

Com este histórico profissional fica fácil perceber que o Aposentadoria Sem Medo foi feito pra ela, vejam:

"Olá Professor Samuel Marques!
Terminei de ler o seu livro “Aposentadoria Sem Medo”, e 
gostaria de parabenizá-lo pelo trabalho.

O material é de fácil entendimento, e motivador!

Estou com este presente nas mãos, a possibilidade de
implantar na empresa que atuo um PPA. A empresa 
atua no ramo da Saúde e da Educação no interior 
de MG, na cidade de Ipatinga.

Não poderia deixar de registrar o meu muito obrigada 
pelo material, e confirmar que darei notícias quando 
o programa for iniciado.

A palavra da vez é “austeridade” considerando o 
contexto regional e nacional. Sendo assim começarei 
com o PPA bronze, mas meu foco é chegar no Ouro!

Abraço carinhoso!
Atenciosamente,

Leidimar Oliveira



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Se você também é profissional de RH ou Serviço Social 
e está com o desafio de implantar na sua empresa 
o PPA - Programa de Preparo da Aposentadoria
leia gratuitamente o manual prático 
ou na imagem.