quinta-feira, 19 de abril de 2012

Como equilibrar o orçamento familiar


Pequenos cuidados podem contribuir para uma situação financeira estável
Por: Clarissa Ferreira, Portal Competência

O Portal Competência conversou com o Consultor Financeiro Samuel Marques, sobre  dicas de como equilibrar o orçamento familiar sem comprometer o segundo semestre do ano. A principal tarefa, segundo ele é focar no planejamento anual!
Portal Competência: Como começar um planejamento?
Samuel Marques: Perde-se muito dinheiro quando a postura é apenas reativa, apagando os incêndios na medida em que ocorrem. Terá mais sucesso na preservação dos seus recursos aquela pessoa que conferir saldos bancários, fatura de cartões, carnês de loja para avaliar o real tamanho do problema e buscar uma solução definitiva que pode ser um empréstimo pessoal aliado a uma postura diferente dali em diante.
Portal Competência: É preciso reavaliar o planejamento anual?
Samuel Marques: Quem pensa somente no mês, não se importa com uma taxa de manutenção da conta corrente de R$ 17,00. Já na perspectiva anual são R$ 204,00, ou seja, dinheiro suficiente para realizar uma compra.
Portal Competência: Quais as principais práticas que devemos ter? (Pagar o máximo das compras à vista? Pegar empréstimo? Parcelar no carão de crédito? Pesquisar e pedir descontos? Verificar as taxas de juros?)
Samuel Marques: O melhor negócio do mundo é comprar à vista e com desconto. Para quem comprou a prazo e está pagando juros, o ideal é reduzir a quantidade de juros. Rotativo de cartão de crédito custa mais do que cheque especial. Cheque especial custa mais do que empréstimo pessoal. Empréstimo pessoal custa mais do que um empréstimo com parentes. A busca sempre é a preservação dos recursos fazendo a seguinte pergunta: como resolver o problema gastando o mínimo necessário?
Portal Competência: É possível fazer poupança com dívidas?
Samuel Marques: É possível sim, mas talvez não seja a melhor estratégia. Os juros cobrados pela dívida sempre serão maiores do que aqueles que remuneram a poupança. Pode ser que um pouco menos de poupança também gere segurança e possa impedir que muito dinheiro seja desperdiçado em juros, fazendo o pagamento antecipado das dívidas.
Portal Competência: Como posso gerenciar as dívidas?
Samuel Marques: Eu não diria gerenciar as dívidas. Na verdade, eu proponho um esforço de planejamento e diálogo em família para eliminar as dívidas. É possível viver totalmente sem dívidas e nossas pesquisas em empresas revelam que 30% das pessoas vivem sem dívidas.
Fica o meu convite: vamos fazer parte desse grupo?
Portal Competência: Quais tipos de contas devemos priorizar?
Samuel Marques: Contas de consumo não podem ser atrasadas (água, luz, gás, aluguel, condomínio) por motivos óbvios. Se a vida está parecendo difícil, experimente deixar que cortem o fornecimento de energia elétrica.
Outra coisa importante é fazer uma lista de débitos por credores. Em muitos casos, as várias dívidas são apenas modalidades diferentes de crédito com o mesmo credor: o banco. Neste caso, é possível fazer uma renegociação geral (chamada de composição de dívidas) e seguir com apenas uma taxa de juros e uma prestação mensal.
Portal Competência: Como devemos agir pra ficar o ano todo no azul? Qual a importância do planejamento financeiro pessoal?
Samuel Marques: O orçamento é fundamental. Somente quem planeja ficar no azul é que pode alcançar esta meta. E não se trata de uma tarefa reservada aos profundos conhecedores da economia. Basta estimar o que vai receber e o que vai gastar durante o ano. Não é uma questão de cálculo, é uma questão de mudança comportamental.
Portal Competência: Quais as principais dicas para eu passar o ano todo do azul e não começar 2013 com as mesmas dores de cabeça?
Samuel Marques: Faça um orçamento anual, mantenha os gastos dentro da renda e guarde um pouco do que ganhou. Quem segue este roteiro acaba acertando sua vida financeira.
Portal Competência: Qual o segredo da saúde financeira?
Samuel Marques: Esqueça a grande tacada e concentre-se em fazer o melhor possível com a sua renda no dia a dia. O problema não é o governo ou o salário e a solução não está no prêmio da mega-sena.
O problema e a solução são uma coisa só: o nosso comportamento, nossa postura em relação ao dinheiro.

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