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Centavos... ou balinha de troco
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Centavos. Que importância tem para você?
Foi notícia no meio jurídico a recente decisão dos tribunais
da Justiça do Trabalho a respeito da quantia de 3 centavos.
Para recorrer de uma decisão do tribunal da Bahia, uma
empresa deveria recolher R$ 9.617,29 em custas judiciais. O recurso não foi
aceito porque o depósito tinha três centavos a menos.
Além de curiosa, a notícia alerta para um princípio de
finanças pessoais. O Tribunal Superior do Trabalho em Brasília usou o seguinte
argumento: a razão não é a quantia faltante e sim a abertura de um precedente,
a quebra de um princípio.
Se fosse aceito o recurso, o que seria dito aos próximos que
errarem o valor da guia? Se com 3 centavos passou, porque não com 10 centavos,
1 real ou 1.500 reais? Aberta a exceção, a famosa “brecha na lei”, todos
poderão passar por ela.
Perceba que os bancos também estão atentos a cada centavo de
todos os caixas da sua rede. Você poderia argumentar: ora, são apenas centavos.
A resposta do banco seria: desprezar o controle destes centavos vai gerar um
prejuízo de milhões. O problema não está na quantia, está na quebra do
princípio de organização financeira.
Em finanças pessoais é a mesma coisa.
Alguns simplesmente não
ligam para o troco em balas, para os 5 centavos que o cobrador do ônibus não
devolve, para 1 real que fica com o taxista quando a corrida ficou em R$ 19,00
e você passa uma nota de vinte.
Quem não liga para os centavos geralmente não liga também
para as taxas de juros, as tarifas, o custo de oportunidade. Na brecha dos
centavos, passam os reais inteiros, as dezenas e os milhares.
A Associação dos Executivos em Finanças (ANEFAC) informa que
95% dos brasileiros contratam empréstimos sem saber qual é a taxa de juros da
operação. Eu acredito que são os mesmos que não acreditam que 3 centavos
mereçam atenção.
Ficou claro que para a Justiça brasileira e para os bancos
mais vale a organização financeira, o controle, do que a quantia.
E no seu caso como funciona?
Três centavos é dinheiro pra você?
Um abraço,
Prof. Samuel
Marques